PROJETO DE INTERVENÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

Curso de Especialização em Coordenação Pedagógica 


Maria de Fatima Tonin Lunardi Correa










A FORMAÇÃO DE LEITORES NO SÉCULO XXI E A


LITERATURA INFANTIL CATARINENSE









Ibirama/SC
Julho 2011


1.DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

A- Equipe de trabalho do Projeto de Intervenção
Maria de Fatima Tonin Lunardi Correa
Polo: Ibirama
Escolas de aplicação do Projeto de Intervenção: Escola Reunida Monteiro Lobato – Balneário Piçarras-SC 

Público- alvo da Intervenção: Alunos do 5º Ano do Ensino Fundamental
Temática: Leitura e formação de Mediadores
Título do Projeto: A formação de leitores no Século XXI e  literatura infantil catarinense.

B - Caracterização da Escolas integrante do PI
Este projeto de intervenção dar-se-á na Escola Reunida Monteiro Lobato sita na Rua Geraldo Cardos, S/N, localizada no bairro Nossa Senhora da Paz na cidade de Balneário Piçarras em Santa Catarina.
O bairro Nossa Senhora da Paz, conhecido popularmente por Rio Furado teve sua origem no ano de 1911, quase um século atrás, quando todo o Vale do Rio-Itajaí-Açu foi assolado pela maior enchente da história.
A grande quantidade de água descia pelo rio Itajaí-Açu, trazendo muitos detritos como paus, árvores, entulhos, arrancando a ponte de madeira e abrindo nessa região um desvio como se fosse um afluente, “furando” assim, um novo canal para dar evasão a água. Em conseqüência, nasceu uma pequena ilha que deu origem ao nome: RIO FURADO.
Seus primeiros moradores foram famílias que viviam da lavoura cultivando a mandioca para a fabricação de farinha, o milho, a cana-da-açúcar e outras plantas para a sobrevivência. Criavam também galinhas, porcos, vacas e bois para o trabalho nos engenhos, alguns também se ocupavam da pesca artesanal com suas frágeis canoas movidas à vela.
Nos anos 40 a 50 já havia aqui uma pequena indústria artesanal: 
• Engenho de farinha de João Eliseu Tavares, 
• Engenho de açúcar de Manoel Ferreira e de Estanislau Valentim, 
• Olaria de Odilon Cesário Pereira, 
• Engenho de farinha de José Lizeu Tavares, 
• Olaria de Manoel Lamim,
• Serraria de Arnoldo Cabral.
Aqui também surgiu a primeira padaria de Piçarras, de propriedade de Martinho Telles, que passou para seu filho Antônio Martinho Telles no centro da cidade.
Viveu aqui também o apicultor Martinho Clarindo e o primeiro comerciante senhor Miguel Francisco e de 1945 a 1983 o comerciante Geraldo José Cardozo torna-se o segundo comerciante da localidade, cujo nome se perpetuou na rua onde se localiza a Escola Monteiro Lobato.
O bairro hoje, não abriga mais engenhos , ali está a maior concentração de fábricas da cidade, empresas como Natubrás, Pescados Mattar, Varisco Revestimentos entre outras geram emprego e renda a comunidade do bairro de maior população de Piçarras.
As estradas de chão, hoje dão lugar Às ruas asfaltadas. O bairro têm Posto de Saúde, quadra pó esportiva, saneamento básico, escola especial Menino Deus (APAE).
A comunidade hoje tem qualidade de vida, com obras que dão ao bairro o valor que sempre mereceu, pois este é o lugar de pessoas que ergueram Piçarras com a força do trabalho, segundo Janete Teixeira Cardozo. 
A Escola Monteiro Lobato foi criada em 15/09/1955 com o nome de Segunda Escola Mista Municipal do Rio Furado, localizada num terreno emprestado, próximo à Igreja.
Em 1962, foi doado pelo Sr. Ambrósio Petry, um terreno de 1.650 m², localizado na Estrada Municipal s/n, no Bairro Nossa Senhora da Paz, onde foi construída uma sala de aula de madeira com 48 m². Na época, a escola era chamada de Escola Isolada do Rio Furado a qual ofertava o curso básico, tendo como responsável a professora Acilá Vieira Francisco.
Em 1986, por meio do decreto nº 067/86 passou a ser Escola Reunida Monteiro Lobato, nome sugerido pela A.P.P. da escola, em homenagem ao grande mestre da literatura infantil. Na época, freqüentavam 94 alunos distribuídos em 04 turmas em 02 salas de aula.
Em 1996, para se adequar a Lei de Diretrizes e Bases nº 9.394/1996, a escola inseriu o ensino de pré-escolar e o ensino fundamental, vinculada ao Governo Estadual até final do ano de 1997.
Em 1998, com a municipalização, vinculou-se ao sistema Municipal de Ensino para fins de inspeção, fiscalização, supervisão pedagógica e manutenção. No mesmo ano, realizou-se a construção de uma sala de aula, reforma e ampliação da cozinha, do banheiro e refeitório.
Em 2001, em decorrência do aumento do número de alunos, a escola necessitou usar outros espaços físicos para o funcionamento das salas de aula: o salão Paroquial da Igreja Sagrado Coração de Jesus e uma casa de madeira ao lado da escola.
Nesse mesmo ano, o Prefeito Municipal em exercício iniciou uma nova ampliação: 04 salas de aula, 01 auditório, 06 banheiros, 01 laboratório de ciências, 01 biblioteca e um local para a prática de esportes, ressalta-se que para esta ampliação o Sr. Ambrósio Petry, doou mais uma parte do terreno.
No ano de 2005, por meio do parecer nº 021/2005, aprovado pelo Conselho Municipal de Educação, a escola passou a ofertar os anos finais do ensino Fundamental, atendendo 465 alunos distribuídos nos períodos matutino e vespertino. 
Em 2006, a escola necessitou de nova ampliação tendo em vista a grande quantidade de alunos e a implantação do Ensino Fundamental de 09 anos. Foram construídos 02 banheiros, 01 sala de Educação Física, 02 vestiários feminino e masculino, 08 banheiros - 01 adaptado aos portadores de necessidades especiais, 01 sala informatizada, 01 quadra poli esportiva. Atualmente, ano de 2011, a Escola Monteiro Lobato atende 637 alunos.



2. INTRODUÇÃO

2.1- TEMA/PROBLEMA DA INTERVENÇÃO

- Pode a contação de histórias, via oral e digital, estimular a formação de leitores a partir de obras de autores catarinenses?

2.2- JUSTIFICATIVA

A arte de contar histórias vem ganhando fôlego nos tempos atuais sobretudo como recurso pedagógico para a valorização de princípios, de costumes culturais tradicionais, de práticas de sociabilidade e de integração, além de servir como importante instrumento de motivação para a prática da leitura. Assim, estaremos nos servindo da contação de histórias para conquistar leitores. Neste sentido, Abramovich (2002, p. 16) reitera que: “É importante para a formação de qualquer criança ouvir muitas, muitas histórias... Escutá-las é o inicio da aprendizagem para ser um leitor, e ser leitor é ter um caminho absolutamente infinito de descobertas e de compreensão de mundo...”
A escola do século XXI deve priorizar a leitura e trabalhar na formação do sujeito leitor, transformando tal atividade num momento prazeroso, cheio de significados, que produza na criança o desejo, a ânsia por aprender a ler, visto que esta é uma atividade que necessita ser aprendida. E, como todo o aprendizado, demanda tempo, esforço e desejo.
Segundo Rubem Alves, “a educação teria completado a sua missão se conseguisse despertar o prazer de ler nas crianças”, o que infelizmente na maioria das vezes não acontece. A leitura deveria ser uma coisa solta, pelo simples gosto de ler. Segundo ele deveriam ocorrer “concertos de leitura, como existem os de pianos”, que não tivessem outro intuito senão de entreter os sentidos e atiçar a imaginação – algo que os bons textos são capazes de fazer.
Para que o aluno se constitua como leitor, deveremos possibilitar –lhe vivências que permitam o contato com obras de literatura, sejam elas nos objetos livro ou nas ferramentas digitais, pois a literatura é um campo fértil para a imaginação e para a criatividade, direcionando o nosso olhar para o outro e para o universo que nos circunda. A criança que ouve uma história mobiliza um grande número de recursos cognitivos; ela está em contato com a língua escrita, com novo vocabulário, um novo enredo. Pelo ato de ouvir histórias e pelo manuseio dos livros, ou seja, pelo contato com a literatura infantil a criança vai se desenvolvendo cognitivamente, pois a literatura, a simples leitura gratuita, possibilita que a criança construa um pensamento lógico.
Estaremos, no decorrer deste projeto de intervenção, abordando a contação na perspectiva fruitiva e não pedagógica, segundo nos afirma Neitzel:
É importante salientar que para atingir a fruição literária, nesta concepção barthesiana, o sujeito necessita mergulhar no texto, sair de seus aspectos comuns, refletir, inverter a ordem de seus elementos, lê-lo às avessas. Tal exercício exige uma leitura minuciosa, atenta, transeunte, tergiversante, e, portanto única e solitária. Por isso, o momento de contação de histórias leva ao prazer do texto, mas a fruição só será alcançada pelo sujeito que toca o livro e por ele é tocado, se dedicando a esta leitura quem põe em estado de perda (2005, p. 149).
Para se formar leitores, parte-se do princípio de que se deve ouvir e ler histórias, e para ler deve haver a escrita, ou seja o registro. O mercado editorial brasileiro tem um excelente acervo de literatura infantil, e, hoje, muitos autores e ilustradores conseguem se manter e ter o reconhecimento deste trabalho no cenário nacional e também internacional. Sabe-se que a literatura infantil é uma área que está despontando no mercado editorial devido aos inúmeros incentivos, ações e fomentos particulares e/ou governamentais, como o PNLL e outros que poderiam ser citados. Diante deste contexto e no convívio com a literatura, uma hora ou outra, deparamo-nos com obras de autores catarinenses. No entanto, o que se observa com freqüência é que estão com edições esgotadas e que poucos conseguem manter o sonho de ser escritor. Este trabalho, portanto, também intenciona garimpar e valorizar autores catarinenses de literatura infantil. 
Assim sendo, este Projeto de Intervenção objetiva fomentar ações que estimulem a formação de leitores, tendo por base obras de autores catarinenses. Visa também a oferecer formação aos professores e dar-lhes orientação em ações que objetivem formar leitores através das contações de histórias orais e digitais, ou seja fazendo-os ouvir histórias em sites da internet e testando algumas possibilidades de leitura em meio digital. Com isso, poder-se-á observar como se dá a formação do sujeito leitor neste processo. 


2.3- OBJETIVOS:
2.3.1- Objetivo Geral: Fomentar ações que estimulem a formação de leitores por meio de contação de histórias em obras de autores catarinenses.
2.3.2- Objetivos específicos: - Capacitar professores na contação de histórias e leitura de poemas. 
- Pesquisar obras de autores catarinenses destinadas ao público infantil.
-Criar um blog em que se propiciem discussões sobre a questão da leitura, da contação de histórias, das tecnologias digitais e que divulgue obras de autores catarinenses de literatura infantil, devidamente autorizadas por seus autores, quer estejam com edições esgotadas, quer não tenham ainda sido lançadas.
-Formar professores na contação de histórias de forma oral e digital.
-Acompanhar os professores nessa intervenção de contação de histórias, enfatizando a metodologia da leitura fruitiva. 
-Avaliar e organizar os resultados, tendo em vista a resposta da questão problema.

3. METODOLOGIA ( Está em processo de complementação) ((9
A metodologia utilizada para este projeto de intervenção dar-se-á primordialmente na busca de autores catarinenses de literatura infantil. 
Muitos autores catarinenses estão com a edição de suas obras esgotadas. Assim sendo, construiremos um blog para propiciar interação com os professores e alunos, e onde faremos discussões referentes à leitura, literatura, formação de leitor, tecnologias digitais, bem como utilizaremos para postar histórias e o/ou poesias de autores que estejam com edições esgotadas e/ou que ainda não tenham sido lançados, mas devidamente autorizadas por seus autores. 
De posse destes materiais, far-se-á a formação com os professores em contação de histórias, a qual prevê dois módulos.
- Módulo a) Contação oral de histórias: narrativas, narrativas visuais e poesias. O primeiro módulo trabalhará com a formação dos professores com diversos gêneros literários na contação de histórias a partir de narrativas escritas e visuais e do trabalho com as poesias de literatura infantil catarinense.
- Módulo b) Contação digital de histórias: narrativas, narrativas visuais e poesias. Este segundo módulo trabalhará com a formação dos professores em diversos gêneros literários na contação de histórias a partir de narrativas escritas e visuais digitais e do trabalho com as poesias de literatura infantil catarinense, a partir das tecnologias digitais, as ciber-poesias. 
Feita a formação com os professores, iremos acompanhá-los nas atuações com as suas turmas e, mais especificamente, com uma turma, na qual aplicaremos o questionário (Anexo A). Acompanharemos e auxiliaremos este professor nas suas aulas para posteriormente aplicarmos novamente o questionário (Anexo A). Com isso, pretendemos observar como se deu este processo e quais as vantagens ou desvantagens de utilizar as duas estratégias de contação com os alunos. Além disso, acompanharemos os resultados alcançados, os quais serão posteriormente o objeto de nossa análise.

4. REVISÃO DE LITERATURA

A educação do século XXI deseja um sujeito elaborador do seu conhecimento, da sua razão, do que lhe é significativo. A questão básica é como podemos ter um sujeito formador de seu conhecimento, se segundo a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil (2008) 77 milhões, ou seja 48% dos brasileiros não leem Esta mesma pesquisa traz à tona um fato interessante, “a infância e a adolescência são lembradas como o período em que as pessoas mais liam e ou leem.”. Percebe-se neste momento a importância da escola como promotora de leitura. E também como esta é uma habilidade que pode e deve ser ensinada, desde a mais tenra idade. 
A escola é um ambiente propício para que a vivência da leitura aconteça. Muitos estudos vêm comprovando como a leitura auxilia a formação do homem, capacita-o a ver o mundo com uma visão mais ampla e mais completa, distanciando-o da mediocridade e da mesmice do dia-a-dia e possibilitando-o crescer intelectualmente. Segundo Freire: “A leitura por trabalhar o intelecto, a imaginação, a sensibilidade, por constituir-se em fonte de atualização, prazer e criatividade, concorre para a formação do homem consciente e atuante, questionador e fazedor do seu tempo” (1984, p. 13).
Não há dúvidas de que a criança para aprender a ler, a ler de verdade, não meramente a decifrar letras, sílabas e palavras, deve estar inserida em ambientes nos quais se lê. Ou seja, o desenvolvimento da leitura ocorre de forma mais facilitadora se a criança interagir com leitores maduros que, lendo com ela e para ela, permitem que se familiarize com a atividade de leitura, construindo assim a função social da leitura. A escola deve, portanto, ser um ambiente de leitura e principalmente de contação de histórias, pois acredita-se que isso corrobora de forma efetiva na formação do leitor.
Através da leitura, temos a possibilidade de conhecer outros lugares, de mergulhar no íntimo das pessoas, de presenciar como nasce uma paixão, de olhar para a nossa própria vida, de refletir sobre nós mesmos, de trabalhar questões sérias a partir do riso, portanto a leitura é essencial para apurar a nossa “leitura de mundo”, tornando-nos cidadão plenos. Viver em um mundo sem livros não teria a menor graça, e quem não sabe disso precisa abrir os olhos, ou melhor, os livros. Partindo do pressuposto de que trabalhamos para incentivar à leitura e que este projeto é de formação de leitores, temos como princípio que o livro deve ser algo prazeroso, o livro/texto deve ser visto como um brinquedo, algo que proporciona prazer, divertimento. Barthes afirma que (1993, p.83) 
Texto quer dizer tecido: mas este tecido foi sempre tomado por um produto, por um véu todo acabado, por trás do qual se mantém, mais ou menos oculto, o sentido (a verdade), nós acentuamos agora, no tecido, a idéia gerativa de que o texto se faz, se trabalha através de um entrelaçamento perpétuo; perdido neste tecido- nessa textura- o sujeito se desfaz nele, qual uma aranha que se dissolvesse ela mesma nas secreções construtivas de sua teia.
Fomos criados e escolarizados num ambiente em que o livro é visto como algo sagrado, portanto intocável. Em conseqüência desta perspectiva, nos tornamos alheios e distantes da leitura, fazendo-a somente quando obrigados, por alguma necessidade. Começamos a ver a leitura como algo pedagógico, com a finalidade apenas de ensinar algo, e não nos apercebermos de que a leitura fruitiva, “ler pelo prazer de ler”, também desenvolve nosso cognitivo e emocional, pois ao ler de forma descompromissada estamos aprimorando competências como relacionar, analisar, compreender, conhecer, raciocinar, identificar. Quando lemos e ouvimos histórias, somos melhores sujeitos da nossa própria história, construímos expectativas, revemos nossas frustrações e refletimos sobre nossa identidade. No entanto, hoje, através das ferramentas digitais, a leitura assume um novo prisma e está acessível a todos nós através dessas tecnologias. E por que não utilizar estas tecnologias para ler e ouvir histórias; para ler e ouvir poesias e também para interagir com as tecnopoesias, trabalhando na formação do sujeito leitor? 
Estas novas formas de construção do conhecimento pressupõem novas formas de leitura que podem e devem ser aprendidas na escola. 
A leitura no meio digital pode ser entendida também como uma encenação em múltiplos espaços. E é importante salientar que não estou falando de uma multi-espacialidade virtual tal como a das literaturas impressa e oral, em que a leitura que fazemos traz, para a concretude das frases que temos diante de nós num dado momento, a virtualidade da trama da obra e das referências intratextuais de vários outros trechos, além dos diferentes intertextos.(SANTOS, 2008) 
Como vivemos uma época em que os avanços tecnológicos estão sendo utilizados por todos os ramos do conhecimento, a educação pode se servir destas tecnologias para instigar vivências dessa natureza, visto que principalmente com as crianças estas tecnologias despertam um verdadeiro fascínio, ao ponto de podemos chamá-las de nativos digitais, pois interagem muito bem com elas. Portanto, unir educação e novas tecnologias de informação e comunicação representa um desafio quando apresentamos como proposta mudanças na metodologia de ensino. Partindo deste princípio, as tecnologias digitais são umas das maiores ferramentas de conexão com o mundo e pode auxiliar o professor nesta tarefa educativa. Ao utilizá-las, abandonará a postura de um professor/contador de histórias e mediador de leitura e assumirá o papel de mediador, de articulador no processo de formação de leitores por intermédio das novas tecnologias, ou seja na contação digital. As ferramentas digitais podem ajudar o professor no processo de formação de leitores, servindo como um excelente suporte. 
O mundo atual, através do desenvolvimento e da rápida expansão das novas tecnologias de Informação e de Comunicação e a passagem para uma sociedade de informação, digital ou de rede, em que a Internet e a World Wide Web assumem uma especial importância, tem levantado diversas questões sobre tantas mudanças e novas demandas, exigindo dos indivíduos, habilidades e atitudes diferentes das observadas em épocas anteriores. Segundo Maria Elisabette Brisola Brito Prado, pesquisadora do Núcleo de Informática Aplicada à Educação da Universidade Estadual de Campinas,
Existe quase um consenso entre educadores e educandos quanto à necessidade de mudar o sistema educacional vigente. O descompasso que existe entre as características do novo modelo emergente do século XXI e as características da escola baseada no século XIX torna-se cada vez mais visível. Nesse novo paradigma, o dinamismo e a rapidez da informação demandam uma nova forma de pensar a aprendizagem e o conhecimento. Quando se reflete sobre o sistema educacional para a nova era, é impossível ignorar o uso da tecnologia. E, certamente, as intenções podem ser as melhores, quando se pensa em modernizar a escola por meio da aquisição de equipamentos tecnológicos, como os computadores 
O cidadão deste século não pode ter o mesmo perfil de habilidades do século passado. Não pode mais ignorar o que se passa no mundo, pois necessita se inserir de maneira adequada no meio social. Esse cidadão precisa, antes de tudo, ser crítico, ativo, pensar e agir. É preciso mudar profundamente os métodos de ensino para reservar ao cérebro humano o que lhe é peculiar, a capacidade de pensar, em vez de desenvolver a memória. Necessita saber pensar sobre tudo o que chega até ele através das novas tecnologias de informação e comunicação. A função da escola será, cada vez mais, a de ensinar a pensar criticamente. Para isso é preciso dominar mais metodologias e linguagens, inclusive a linguagem eletrônica. 


6. REFERÊNCIAS

ABRAMOVICH, Fanny. Literatura Infantil. Gostosuras e bobices, São Paulo: Scipione, 1997.
ALVES, Rubem. Entre a ciência e a sapiência: o dilema da educação. São Paulo: 2000.
BARTHES, Roland. O prazer do texto. São Paulo: Perspectiva, 1993.
NEITZEL, Adair de Aguiar. Literatura para Bebês. Educação e diversidade: contribuições para uma educação inclusiva: Anais da IV Jornada Nacional de Pedagogia – Itajaí. Universidade do Vale do Itajaí, 2005.
Retratos da leitura no Brasil. 2ª Ed. Instituto Pró-Livro. 2008. Disponível em: http://www.prolivro.org.br/ipl/publier4.0/dados/anexos/48.pdf >. Acesso em: 02 ago. 2011.
REZENDE, Vânia Maria. Literatura Infantil & Juvenil. Vivências e expressão criadora. São Paulo: Saraiva, 1997. 
 PRADO, M. E. B. B. O uso do computador na formação do professor. Um enfoque reflexivo da prática pedagógica. Livro 14 In. BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de Educação a Distância. Programa Nacional da Informática na Educação. O uso do computador na formação do professor. Um enfoque reflexivo da prática pedagógica. Coleção Informática para a mudança na educação. Brasília: 2000. Disponível em: www.escola2000.net/eduardo/textos/proinfo/livro14-Elisabeth Brisola.pdf >. Acesso em: 30 jul. 2011.
 SANTOS, A. L. dos. Texto digital e reconfiguração do leitor. In: Revista Z Cultural. Nº IV - Número 2 - Abril 2008/Julho 2008. Disponível em: www.pacc.ufrj.br/z/ano4/2/alckmar.htm./ >. Acesso em: 06 ago. 2011. 
 SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica,1999.
ZILBERMAN, Regina. A literatura Infantil na escola. São Paulo: Global Ed., 2003.

Anexo A
Questionário com alunos que será aplicado antese após intervenção com crianças via-email.
1) Você gosta de ler?______________________________________________________

2) Você costuma ler histórias ou poesias no computador?_____________________________________________________________

3) Do que você mais gosta de ler:
( )histórias(narrativas)
( )poesias
( )livros visuais(livros sem texto)

4) Quais os autores de livros catarinenses você conhece?________________________________________________________________________________________________________________________________________

5) Quantos livros você lê por mês?
( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( ) 5 ou mais

6) Para você o que é mais prazeroso:
( ) ler no livro
( ) ler no computador 


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